quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Paulista de nascimento, Pernambucana de coração...

Nasci na terra que não para
Vivo na terra que para pra respirar
Nasci na terra de homens fortes, que andam freneticamente.
vivo na terra dos cabras machos, que andam tranquilamente.
Nasci na terra da garoa
Vivo no espelho do semi-árido
Nasci na terra que come bolinho de chuva, pizza, cueca-virada, vaca atolada e no domingo, macarronada ou feijoada.
Vivo na terra da rapadura, da pamonha, do munguzá, do bode guizado, da carne de gado assada com macaxeira, carne de sol com feijão de corda e no domingo, aquele arroz mexido com galinha de capoeira.
Nasci na terra que os alguns homens usam terno pra trabalhar
Vivo na terra que alguns homens vestem gibão de couro para seu dia de labuta.
Nasci em São Paulo e vivo em Pernambuco...
Amo esses estados...

Pena que tem as "Mayaras Petrusis" da vida que mancham nossa convivência...
Eu tenho medo...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Acima de tudo... Mulher

"Mulher brasileira em primeiro lugar"
É assim o refrão daquela música que escutava no toca-fitas do fusca azul de painho quando era criança, lembro-me que passava tardes a fio brincando na garagem, sozinha ou acompanhada por minhas melhores amigas de infância, cada uma com letra e adjetivo: K, a madura; E, a sorridente; M, a pobre-coitada; A P, a impaciente; L, a que tinha Síndrome de mentir para estar acima dos outros...
O fato é: crescemos e cada uma tomou sua direção: professora de educação infantil, vendedora de loja, faxineira, vendedora de móveis, advogada... Eu, além de quase professora de ciências exatas e biológicas, tornei jornalista. Todas casaram muito cedo, eu abdiquei do trocar das alianças antes dos 18 anos para "casar" com as letras. Admiro ver as crianças brincando, filhos de minhas amigas, sinto o meu íntimo mexer, num pensar ligeiro vizualizava Laura Sophia, emprestando as bonecas para as amigas assim como eu fazia, com a mesma simplicidade brejeira que construiu meu caráter... coisa e tal...
Bom, voltando a minha outra paixão: foi nas páginas de livros que observava atentamente as mulheres do Brasil, as que contribuiram com a construção de um país mais digno e maior do que sua grandeza continental.
Tantas mulheres, tantas formas de pensar e agir, mas o mesmo objetivo: de ver uma nação, a mãe gentil ter melhores condições de vida para os filhos deste solo. Vários nomes, muitos deles acompanhados pelo nome da mãe do Cristo: A Maria Quitéria, a Anita Garibaldi, a Princesa Isabel, a Olga Benário, a Sarah Kubischeck, a Zilda Arns... são exemplos de mulheres à frente de seu tempo e que deram sua contribuição para o povo brasileiro, fizeram a história acontecer.
Mas o maior fato ocorreu ontem: o Brasil decide de forma soberana que quem governará essa imensidão verde-amarela será uma mulher, não é Maria, Joana. O nome dela é Dilma Vana Rousseff Linhares, uma Joana D'arc da Ditadura Militar, que não fugiu a luta como seu rival na disputa presidencial, pelo contrário, participou da luta armada, foi presa, torturada...
Quem observa aquela fortaleza de 62 anos, tão forte, tão segura não imagina que tenha passado pela brutalidade da época que o Brasil ficara cego, surdo e mudo. Também não imagina que essa mulher durona, opiniosa, seja uma doce mãe que curte sua neta de forma doce, revelando a nossa característica peculiar a nós: o de Amar incondicionalmente.
O pai dos pobres do Século XXI deixa o Brasil nas mãos de uma mulher, a mãe do PAC, a mãe do pré-sal... Que seja nossa protetora cívica, para que possamos ver o nosso Brasil seguir mudando. Lula deixa saudades, de quem está concluindo a faculdade porque ele abriu as portas da universidade para a pobreza graças ao PROUNI.
Sim, aquele senhor que muitas vezes presidia as reuniões da CUT que meu pai ia, que era o motivo das críticas que recebíamos, que se tornou o presidente do Brasil com altos índices de popularidade, que fez o Sol brilhar para o nordestino e pobre que não tinha vez e voz no mundo neoliberal...
Não pude deixar de votar, meu sangue falou mais alto. Vi meu pai na minha frente, com as mãos cheias de graxa da metalúrgica, o cartão da CUT dele que ainda guardo com tanto carinho está na minha carteira, votei 13 e confirmei. Votei na continuação do meu bom velhinho que, agora deixa tudo nas mãos da mulher...
Acima de tudo...
Mulher...