quarta-feira, 6 de julho de 2011

Desabafo à Nietzsche

"Aqui se faz, aqui se paga"
Eis aí o maior ditado que há em toda a humanidade, engraçado que não se atribui a Jesus tais palavras porém se encaixa perfeitamente com os ensinamentos do Bom Mestre.
Pois bem: final de período da faculdade- a segunda que faço- retorno para Tabira com o peito cheio de saudades de minha mãe, meu irmão, meus avós, meus pouquíssimos amigos, de Belisco e Safira.
Mas também trago uma mala carregada de esperança, afinal dias melhores virão em minha vida, bem como a mente cheia de novidades do mundo da psicologia, de projetos, pós-graduação...
Volto para Tabira de outra face: uma mulher cheia de novos horinzontes, já não falo mais as palavras de outrora. Sou hoje uma jornalista que aos poucos transveste as formas de psicóloga sem deixar de ser nunca, a filha de uma agricultora e de um metalúrgico. As minhas raízes são meu exemplo a seguir de humildade e respeito ao próximo.
Pois bem: de volta a Tabira pude perceber que Deus nos dá a oportunidade de aprendermos que a simplicidade é, acima de tudo a maior dignidade do ser humano. A cada passo, observava as cenas de hoje e Deus fazía-me lembrar na memória meu passado de humilhação que vivi. Sentei-me na praça que leva o nome de meu ancestral e imaginei algo que jamais faria em sã consciência, que era chegar e perguntar:
"Lembras de mim? Sabes quem eu fui e de onde vim?
Será que imaginavas que seria o teu circo e o teu tapete?
Ou imaginarias que seria teu mero marionete, fazendo movimentos a teu bel prazer?
Hoje, sou turista da terra que vivi maior parte de minha vida e hoje, tu és obrigado a me atender de forma gentil para fazer jus a teu salário.
Antes eu chorava por tua dura arrogância, depois chorarás em busca da cura da tua depressão. Na minha angústia te procurei e não me servistes, mas quando me procurares nas noites psicóticas te atenderei, porque a maior humilhação a ter para oferecer aquelas pessoas que não te ofereceram nada.
Vejas: não faço parte do rebanho vil a quem pertences, tampouco tenho em minhas mãos o chicote para afligir os pequenos. Faço parte da minoria pensante (considerada louca talvez) e tenho em minhas mãos marcas de uma vida dedicadas ao amor pela arte e pelo constante conhecimento.
O que tenho a oferecer para a geração futura é a sede pelo conhecimento e a paixão pelo o que é inteligente e belo. E o que tu tens a oferecer? absolutamente nada!"

Parei, ainda não se passaram cinco anos... contei até dez, respirei...
Fui para casa ouvindo Benaissa no meu inseparável MP4.
Não vale a pena trocar palavras com alguém inferior a mim.

Nenhum comentário: